domingo, 5 de abril de 2009

Assédio moral prejudica a 'saúde' profissional, física e mental do funcionário




Assédio moral no trabalho, tamm conhecido como violência moral ou terror psicológico, não é nenhuma novidade no meio profissional. É tão antigo quanto o próprio trabalho. Normalmente confundido com o assédio sexual, o assédio moral é a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes, constrangedoras e vexatórias, que podem se tornar repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício das funções do empregado. Especialistas consultados pelo O GLOBO ONLINE afirmam que é mais comum em relações hierárquicas autoritárias, em que predominam condutas negativas, desumanas e, muitas vezes, sem ética, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinados.


Normalmente, a atitude desestabiliza a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a empresa, podendo forçá-la a desistir do emprego. O assédio moral , na avaliação dos especialistas, é um comportamento deselegante, impróprio em qualquer situação. Para Fátima Sanchez, gerente de Desenvolvimento Pessoal da Personal Service, demonstra falta de senso moral, além de demonstrar falta dos princípios básicos da liderança e da educação.

- É um ato desrespeitoso, completamente equivocado e, principalmente, que evidencia fraqueza e covardia por parte do autor - completa André Moraes, da Talento e Profissão.

Este tipo de assédio, diz Fátima Sanchez, é caracterizado pela formação cultural de um chefe ou de um colega que se julga superior ou com poder de direito e não de fato. Ela acrescenta que o líder de fato não precisa utilizar este artifício para liderar.

- É muito utilizado por chefes que desconhecem o assunto ou psicologicamente se acham inferiores. São pessoas frustradas, que têm situações pessoais não resolvidas fora da empresa e pegam um subordinado como bode expiatório para descarregar sua frustração ou ira.

Efeito devastador

Os especialistas apontam que a humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do funcionário de modo direto. Segundo a consultora Luisa Chomuni Alves, seu poder de destruição vai além da sua prática, acarretando prejuízos práticos emocionais para o funcionário e a empresa, comprometendo sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade de trabalhar, desemprego ou até mesmo a morte. Uma pessoa que é assediada moralmente pode apresentar sintomas de stress, ser cabisbaixo, quieto, calado, triste, ter pressão alta e, até diabetes, ressalta Fátima Sanchez.

- Alguns 'sintomas' podem caracterizar o assediado moralmente, como senso de injustiça, revolta, perda de auto-estima e desânimo - acrescenta André Moraes, lembrando que, conseqüentemente, o desempenho profissional cai, o que ajuda a piorar a situação. Segundo ele, poucos são aqueles que sabem lidar com este tipo de situação. Certamente, a saúde pode ser afetada, pelo próprio moral abalado.

- Por vezes, materializam-se outros problemas que podem ser diretamente associados à questão: alcoolismo, drogas e, em caso extremo, suicídio.

FONTE: O Globo Online - Publicada em 14/03/2008

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